Poemas reunidos II




Gosto

Gosto de te ver sorrindo…
Com esse sorriso tão gentil,
Com esses lábios tão lindos,
Exibindo tua eterna graça juvenil…

Gosto de te olhar simplesmente
De ver teus cabelos negros
Cuidados tão perfeitamente
Estejam eles soltos ou presos…

Enfim, gosto de te olhar
Pura e absolutamente,
Estes teus olhos penetrantes
Que me tomam a alma
Que me dominam a mente
Tão vivos, tão intensos, radiantes…

Gosto quando inclinas a cabeça
Como um gesto de criança,
E mostras força e delicadeza
E no meu sonho dizes:
Nunca perca a esperança!


Brisa

Senti hoje a brisa da manhã
A soprar-me o rosto como o beijo
Doce da mulher, terrível fã
Das sutilezas do meu desejo.

Mas a brisa era suave e quente
Forte e imponente, tal como o sol;
Como a lua, apaixonadamente
Bela, e ofuscante como um farol.

Ah, minha doce brisa matutina
Que abranda meu triste coração
Carente da alegria junina.

E tu, brisa minha, sem perdão
Prendes-me com teu jeito de menina
Libertando-me da solidão.


Tarde de primavera

Eu me vejo nesta tarde,
Tarde de primavera abençoada.
A te esperar, tal como
Um louco espera
Por um brilho de lucidez.

O que faço então aqui
Se estou sozinho e triste,
Amargurado, enclausurado
Neste meu mundo
De vida comum.

Tu surgiste como raio
E meu coração trucidaste,
Mas também de encantos
Me rendeste…
Oh, nobre mulher,
Altiva e bela,
O que faço eu para tê-la
Em meus braços?
O que faço eu para rendê-la
Aos meus poucos encantos?

Sou um desgraçado infeliz
Louco, infantil,
Infame e senil;
Tolo por ter amado
A mulher que não me quis.


Lua

Não sei por que penso em ti todo o dia
Quando menos espero,
Sonho contigo
Vejo esse teu sorriso único,
Esse teu jeito tão querido.
Talvez seja essa tua voz,
Esse teu êxtase. Não duvido!
Observo teus olhos, tão lindos, tão tristes
Teu coração forte, tão sentido.
Pareces uma boneca, um anjo
Pareces uma flor dos campos, alguém ferido
Precisando de ajuda,
Mas fico feliz quando te abrigo.
Às vezes, sinto-me alguém que não sou
Fico desesperado atrás do teu sorriso.

Para mim tu és a princesa mais bela
A rosa mais linda que se pode cultivar…
És o ar que sustenta este velho coração.
Oh, mulher que sempre irei amar,
Nem imaginas a minha solidão…
Sonho contigo, todos os dias
Passo a minha vida a te esperar…
E quando a noite, então se acentua,
Não brinco mais com o sol,
Mas sim, com a lua!


As quatro estações

Ouço o vento soprar,
talvez seja uma brisa perdida
de primavera, quem sabe...
Como tu, que és tão bela
e carregas o frescor desta
estação querida.

Sinto um calor,
a temperatura subir
o sol escaldar...
Creio que seja o verão
que chega e se mostra
ardente. Tu tens dele o viço,
a intensidade, a excitação.

Mas eis que chega
o sereno soturno do outono,
e as folhas queimadas caem
e se espalham embelezando
todo o longo caminho da vida.
Serenidade e quietação,
têmpera e pudor...
Aqueces o frio e a ferida
do coração com teu calor.

E por final um vento
gélido, e ainda mais rigoroso;
plácido, todavia,
e que os passos guia
com a força necessária
que só o inverno carrega
em toda sua densidade e imensidão.
És tu a carregares na vida,
a força desta estação.

E as quatro uma só formam,
e a vida as rege, deveras
e tens tu o domínio eterno
sobre cada primavera,
verão, outono e inverno.


Minha namorada

"Se você quer ser minha namorada"
A namorada mais amada
"Mas amada p’ra valer",
Eu poderia lhe falar que não sou nada
E que o meu amor é todo p’ra você,
Porém disto, você já está desconfiada
E eu ainda tento esconder.
Minha querida, minha amada,
Sei que não quer ser minha namorada
E eu nada posso fazer,
Senão chorar e dar passadas
Para tentar-me esclarecer.
E seu sorriso tão amigo,
Tão amigo e tão querido
Mas querido p’ra valer.
Oh! minha linda felizarda
“Sem você a vida é nada”
Sem você só posso morrer,
Mas quero viver, quero lutar
Lutar pela minha amada
Embora eu já saiba
Que nada vou obter.
Minha doce, doce camarada
Vou pensar no que fazer,
Quero que saibas:
O meu amor, tão puro e tão singelo,
Deixar-te-ia maravilhada
E o teu sorriso brilharia
Mais que a estrela mais brilhante,
Minha amada, minha amante.
"Se você quer ser minha namorada"
A única das namoradas
A mais bela das namoradas
Que alguém poderia ter.
A amiga namorada
A companheira namorada
Que qualquer um sonharia ter.


Falando da felicidade com tristeza

Acho que deveria escrever algo sobre a felicidade
Em todos os meus escritos nunca consegui falar sobre,
Bloqueava-me a definir diversamente o meu sofrimento,
Sempre faltou-me coragem e estímulo, é bem verdade.

Finalmente acho que tal hora chegou
Imagino um dia deixar tudo e não deixar nada sobre o que é ser feliz!

É bom refletir um pouco sobre a sua vida
O que fez e não fez neste tão curto espaço de tempo.

Um amigo sofreu um acidente (graça à Deus está bem)
Quando é com alguém próximo, você sente.
Eu senti. Podia até morrer!
O que aconteceria se eu tivesse morrido?
Será que alguém choraria? Claro, por quê?
Afinal não sou nenhum detestável.
O aconteceria então?
Gritariam a minha morte, seria incansável
A dor de todos!
A minha família choraria, todos sentiriam.
Os colegas iriam ao enterro
Se fossem! Claro, não me abandonariam!
Em um dado momento alguém perguntaria:
“Ele foi feliz...?”
E outro responderia:
“Foi sim, é o que sempre diz.”
E eu me pergunto e respondo ao mesmo tempo:
“Eu nunca soube realmente o que era felicidade!”

Está aí um ponto discutível,
Já me perguntaram se eu aproveitava a vida
Sempre respondi que sim, do meu jeito, mas era.
A verdade, no entanto, era outra, bem diferente.
Sorrir nunca foi alegria completa.
Deve-se analisar todos os pontos, ser consciente.
E eu penso, reflito:
Se eu morresse, perderia minha vida toda
E tinha aproveitado pouco ou nada dela.
Que droga, que merda de vida!
Eu queria um pouco, um pouquinho só.
Penso como Deu é justo.
Uma coisa é certa, eu não morri
E espero que ainda demore muito
Mesmo que até lá eu não consiga ser feliz.


Revelações novas

Olho o teu nome escrito em meu caderno
E as palavras que puseste na folha
Dos poemas que fiz para ti, querida.
Fala dos exageros dos meus amores.
Concordo contigo, e falo mais:
Sorria você, minha linda menina;
Dizes ter sofrido, mas não como eu!
Se eu pudesse te dizer o que sinto
Verias, então, que em meus versos não minto.
Sou o poeta das paixões incuráveis,
Também dos amores inesquecíveis.
Fazes parte dos meus mais agradáveis
Sentimentos, os que são impossíveis.
Sabes tu, do amor que sinto por ti
E de mim, escondes teu sentimento,
Faz-me ficar aflito, caio em si,
Vejo o teu propósito de momento,
Vejo, mas não posso saber qual é.
Sabes, menina, esta é minha dúvida,
Se gostas de mim ou não, mas com fé,
E por usar muitas palavras lúcidas,
É que ainda tento ter esperança!
Esse amor meu que já é tão gostoso
Para mim, que prossigo com as andanças
Em busca de um amor maravilhoso!


Amor sofrido

É triste, muito triste, não desejo a ninguém este sofrimento
Não devia chorar assim, dessa maneira,
Estou já farto dessas injustiças ocorridas, não controlo nem mais os meus sentimentos.
E perguntar se ainda há solução (ah!) já é ridículo.
Tenho que viver calado, trancado, preso ao meu amor como em um cubículo.
Como um rio que vasa pelas corredeiras...

Cristo! grito para tudo e para todos, por favor,
Será justo a vida que levo? Não, não é.
É triste, muito triste, tenho que viver, no entanto, mas vivo com pavor,
Com o pavor de um dia (que nunca exista) te ver mulher
Te ver com outro, sinto isso, sinto que ainda ocorrerá
Peço a todos os deuses, ajudai-me, se ocorrer uma desgraça, 
                                                                        [Senhor, ide vós me perdoar?

Se não, estou acabado, o meu amor sem esperança
Não sei. Sei que iminente o desvaneio, peço que não esteja vivo quando ocorra.
Salvo, perco a vida, toma-me a dor, e o amor de criança
P’ra sempre existirá, na alusão de um dia sair desta masmorra.
Ah! suspiro sempre, porém nunca aliviado, com medo de uma traição
Contribuindo ainda mais para minha já declarada submissão.

Minha amada, de mel sublime, cuja rima pertence a teu nome
E minha sede de amor expande, dominando mundos
Cortando vidas, por certo, eu quero mais vida para poder me saciar
Digo que são, são suspiros profundos
Suspiros que dou a solta, dou a todos, por te gostar!

É de estar cansado pelo mundo de hoje, como foges de tudo
E digo, decerto, de nada temes, gostas de mim, maravilhada,
É alegria e ao mesmo, tristeza, gostas de mim com amigo.
Ando livre, pelo mundo, corro pela vias, contudo
Ainda aqui estou, nesta sempre guerrilha
Que faço pelo teu querer. Salvo o sentido

Das palavras que uso nesta poesia que são das mais confiáveis
E então, das que revelo para ti, são das mais amáveis.
Sinto, no momento, o desejo mais profundo de falar-te com todas as palavras
O teu completo nome; não posso, não consigo, queria.
Queria sinceramente que soubesses logo, para acabar por toda vez com estas torturas
                                                                         [ingratas
Que só me fazem sofrer, que me privam da fantasia,

Da fantasia do viver; ah! que tortura
Mas possuo, porquanto o que sinto é maior que tudo
Que tudo que possa existir nesse mundo. Não é jura
Mas digo, minha pétala rosada, irei conseguir o teu amor, porém mudo,
Percebo que não passa de um simples sonho, o sonho de um infeliz.
Era tudo, tudo, era eterno, era fantástico, tudo que eu quis.

Devo entrar de volta à realidade, perceber que não passo de nada.
Choro as minhas mágoas calado, triste sempre com o pensamento voltado para ti.
Choro mais e ainda mais, não é o suficiente para acabar com o que me acaba
Queria demais que soubesses o que sinto, mesmo que não seja para te ver sorrir.
Penso direito, se souberes, com medo e receio fico, a tua reação
Dá-me. Não quero de ti me afastar, mas fico enclausurado nesta triste prisão.

Não dá mais para aguentar, sinto a vontade de chorar
E tentar por maneiras, libertar-me da timidez que me desgraça
Sinto por nunca ter-te tocado, no espírito profundo, só me resta calado te amar.
Será para sempre? Dói-me no fundo do peito, no coração
Peço-te com certeza, por favor, me ame! Dizes apenas não (imagino) nem abraça
Nem nada, dói-me penetrante no espírito, peço-te, com dor, perdão!

São comuns as palavras que me saem pela boca.
São palavras loucas
Amor, amor e amor. Porém são só disto que sei dizer
São sobre isto que sei recitar, é só o que sinto
‘Stamos sempre prontos, que, um para o outro, não falo, não transcrevo mais nada,
                                                                        [pois, p’ra ti não minto
Só digo a verdade, que sai da alma e do corpo, e que corre pelas veias com o sangue;
                                                                        [a verdade, é que amo você!


Poema para a mulher amada

Só existe uma mulher realmente bela,
Um único ser que preenche todos os anseios.
Só há uma que lhe satisfaz a alma,
Essa mulher é a mulher amada.
É aquela por quem você sofre;
Tudo isto porque, ela é a mulher que você ama.
Contudo, não há seres perfeitos,
Não há alguma que agrade a todos;
Porém, aos seus olhos, essa existe:
                   É a mulher amada!

Infelizmente enquadro-me nesse meio,
Que adora a mulher que ama
Mais do que a si mesmo.
Meus motivos são fúteis aos outros
Provocam risos e piadas
Caio na roda das gargalhadas.
Penso, não obstante, que não estou errado
Sei, não nego, que esse meu amor é
Um tanto exagerado.
Faço alusão dos fatos, sou um desgraçado
Deveras humilhado por este sentimento
Que me domina completamente.
Apesar da promessa de nunca mais amar,
Mergulho num oceano de lamúrias
E ouço os meus murmúrios afogados
Numa imensidão de dor.
Minha vida fugiu-me completamente,
Deixa-me mergulhado em sombras de sofrimento,
Faz com que eu me sinta eternamente culpado
Por amar. Convenço-me desta culpa!

Ah! menina-mulher que me tortura
Tua beleza é fascinante e agoniante.
Caí definitivamente em teus braços,
E só penso em tua graciosa ternura.
É certeza concreta e absoluta, é estonteante,
O amor que sinto por ti, penso nos laços
Que terias comigo, pensaria em tua formosura.
Faria o impossível, o imprevisível, seria esgotante
Falar do meu amor aos outros, falar dos abraços,
Falar dos carinhos... Mas que clausura!
Gostaria de poder dizer, não aos outros,
Mas à ti; dizer-te que a amo,
Que a adoro, que a venero.
Deveras é a angústia que sinto
Em guardar só para mim tal sentimento,
Fazer com que um mundo de infelicidade
Fique preso em meu coração.
Ah! minha menina linda
De olhar arrebatador, de fascínio mortal,
Que fizeste comigo, pobre serviçal
Que sou, dos teus desejos.
E eu te digo tudo isto, agora em definitivo.

E vem novamente o caso pressuposto
Que a mulher é ser supremo.
Após reflexões e penosas deduções
Verifico, agora eu, que este ser
Mesmo que não chegue à perfeição,
É sem dúvida, aquele que mais se aproxima dela.
Não obstante, há uma exceção, a maior
Que diz que, só há uma mulher
A qual se torna perfeita,
E não digo mais que é a mulher amada
Digo sim, comprovado os fatos, que é
                   a mulher “verdadeiramente” amada!