quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Poema: Amor Sofrido

É triste, muito triste, não desejo a ninguém este sofrimento
Não devia chorar assim, dessa maneira,
Estou já farto dessas injustiças ocorridas, não controlo nem mais os meus sentimentos.
E perguntar se ainda há solução (ah!) já é ridículo.
Tenho que viver calado, trancado, preso ao meu amor como em um cubículo.
Como um rio que vasa pelas corredeiras...

Cristo! grito para tudo e para todos, por favor,
Será justo a vida que levo? Não, não é.
É triste, muito triste, tenho que viver, no entanto, mas vivo com pavor,
Com o pavor de um dia (que nunca exista) te ver mulher
Te ver com outro, sinto isso, sinto que ainda ocorrerá
Peço a todos os deuses, ajudai-me, se ocorrer uma desgraça, 
                                                                        [Senhor, ide vós me perdoar?

Se não, estou acabado, o meu amor sem esperança
Não sei. Sei que iminente o desvaneio, peço que não esteja vivo quando ocorra.
Salvo, perco a vida, toma-me a dor, e o amor de criança
P’ra sempre existirá, na alusão de um dia sair desta masmorra.
Ah! suspiro sempre, porém nunca aliviado, com medo de uma traição
Contribuindo ainda mais para minha já declarada submissão.

Minha amada, de mel sublime, cuja rima pertence a teu nome
E minha sede de amor expande, dominando mundos
Cortando vidas, por certo, eu quero mais vida para poder me saciar
Digo que são, são suspiros profundos
Suspiros que dou a solta, dou a todos, por te gostar!

É de estar cansado pelo mundo de hoje, como foges de tudo
E digo, decerto, de nada temes, gostas de mim, maravilhada,
É alegria e ao mesmo, tristeza, gostas de mim com amigo.
Ando livre, pelo mundo, corro pela vias, contudo
Ainda aqui estou, nesta sempre guerrilha
Que faço pelo teu querer. Salvo o sentido

Das palavras que uso nesta poesia que são das mais confiáveis
E então, das que revelo para ti, são das mais amáveis.
Sinto, no momento, o desejo mais profundo de falar-te com todas as palavras
O teu completo nome; não posso, não consigo, queria.
Queria sinceramente que soubesses logo, para acabar por toda vez com estas torturas
                                                                         [ingratas
Que só me fazem sofrer, que me privam da fantasia,

Da fantasia do viver; ah! que tortura
Mas possuo, porquanto o que sinto é maior que tudo
Que tudo que possa existir nesse mundo. Não é jura
Mas digo, minha pétala rosada, irei conseguir o teu amor, porém mudo,
Percebo que não passa de um simples sonho, o sonho de um infeliz.
Era tudo, tudo, era eterno, era fantástico, tudo que eu quis.

Devo entrar de volta à realidade, perceber que não passo de nada.
Choro as minhas mágoas calado, triste sempre com o pensamento voltado para ti.
Choro mais e ainda mais, não é o suficiente para acabar com o que me acaba
Queria demais que soubesses o que sinto, mesmo que não seja para te ver sorrir.
Penso direito, se souberes, com medo e receio fico, a tua reação
Dá-me. Não quero de ti me afastar, mas fico enclausurado nesta triste prisão.

Não dá mais para aguentar, sinto a vontade de chorar
E tentar por maneiras, libertar-me da timidez que me desgraça
Sinto por nunca ter-te tocado, no espírito profundo, só me resta calado te amar.
Será para sempre? Dói-me no fundo do peito, no coração
Peço-te com certeza, por favor, me ame! Dizes apenas não (imagino) nem abraça
Nem nada, dói-me penetrante no espírito, peço-te, com dor, perdão!

São comuns as palavras que me saem pela boca.
São palavras loucas
Amor, amor e amor. Porém são só disto que sei dizer
São sobre isto que sei recitar, é só o que sinto
‘Stamos sempre prontos, que, um para o outro, não falo, não transcrevo mais nada,
                                                                        [pois, p’ra ti não minto
Só digo a verdade, que sai da alma e do corpo, e que corre pelas veias com o sangue;
                                                                        [a verdade, é que amo você!



PS: poema escrito no ano de 1992 (me surpreendo quando me deparo com escritos como este... eu até que escrevia bem...)



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