segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Poema: Triste Ironia

O coração sofre,
A alma padece,
O corpo sente
A tua ausência.
Eu rogo em prece
Inerente, imprudente
A tua complacência
E deixa-me olhar-te,
Como o faminto
Olha o pão
Deixa-me desejar-te
Como o sedento
Deseja a água
E que não tenha sido
Em vão
Aquele sonho opulento.
Espero não ter morrido
Para ti,
Mas já, desde já
Sei que foste tu
Um sonho, uma ilusão.
Fantasia
Sem norte e sul
Sem direção.
E foi terrível
Triste ironia,
Achar que este pobre,
Faminto e sedento,
Pudesse sim,
Em algum momento,
Receber o teu sorriso,
Receber o teu carinho,
Receber o teu beijo.
Ah, triste ironia
Do destino,
Fez-me rir e chorar
Fez-me menino
A amar
Um amor de desatino.
E eu aguardo,
Em estado de estupidez,
Um sorriso, um carinho,
Um beijo talvez.


2 comentários:

Dimas Paz disse...

Muito lindo Ricardo!

Anônimo disse...

Perfeito, um dos melhores que já fez.